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O consumidor mudou! ISPs e seus desafios frente a isso!

Foto do escritor: IPV7IPV7

O consumidor mudou! Entenda que o perfil do consumidor certamente não é mais o mesmo e mudou muito. Como é o perfil deste novo consumidor? Ele é igual para todos os segmentos?


O consumidor e serviços de TV

O consumidor determina o mercado, não o contrário, como já foi antes. Para começarmos a abordar esse assunto vamos falar sobre o mercado de empresas de televisão. Veja que a TV tradicional aberta está agonizando. Haja visto exemplos aqui no Brasil, como o da TV Globo, que demitiu muitos de seus então super astros, apresentando mudanças significativas na programação.


Mas não é somente a TV aberta que passa por mudanças e dificuldades? A TV por assinatura então? Está perdendo terreno, principalmente pelos preços praticados e a programação que premia quantidade e pouca qualidade. Além de o usuário consumidor se encontrar num momento em que quer decidir quando e o que deseja assistir, não o que lhe seja imposto. Assim, exemplos como Netflix, Hulu, Amazon Prime Video, Disney+ estão aí para comprovar a força do streaming, preços acessíveis e, principalmente, a força do consumidor nesse processo. Isso para citar exemplo da programação e é claro do próprio aparelho de TV que migraram para a Internet. E isso já se falava ainda no final dos anos 90.


Vamos abordar o seguinte, imagine que no rádio e a TV aberta, na verdade, não há poder de escolha, mas sim de aceitação da emissora e de sua programação. Já na TV por assinatura, há uma certa possibilidade de escolha dentro de certos padrões. Mas ainda assim temos que aceitar a programação disponível e principalmente de seus horários, com suas infinitas e tediosas repetições.


Liberdade de escolha

Em serviços de streaming, como a Netflix, por exemplo, existe liberdade de escolha da programação, é claro, dentro da grade disponível. Mas o mais importante está no fato dos horários. É possível escolher se você quer assistir à temporada inteira de uma série ou um filme, quando e onde quiser. Desde que haja acesso à Internet. Pausar e continuar de onde parou. Aí está a escolha do consumidor. E esse é o elemento central.


Há uma máxima que diz que todos os grandes impérios e civilizações tem sua vez. Mas invariavelmente caem e trocam de mãos. Veja o caso da Netflix que desbancou a gigante Blockbuster, que na época, então era uma locadora de filmes em fitas de vídeo e DVDs. No ano 2000, a Blockbuster se recusou comprar a Netflix por 50 milhões de dólares. Esse “pequeno erro” estratégico decretaria a falência da empresa e a ascensão milionária da Netflix. Mas é bom lembrar que a Netflix começou também como uma “simples” concorrência insignificante, também locando filmes em DVD com entrega pelo correio. Hoje possui mais de 100 milhões de assinantes e vale em torno de 150 bilhões de dólares.


Especialmente a juventude não assiste à TV, seja aberta ou por assinatura. Ela escolhe sua programação e quando quer assistir, temos aí YouTube e Netflix para comprovar. Jovens não sonham mais em ser atores, mas sim Youtubers. E eles têm essa oportunidade. Os bons nascem, crescem, prevalecem e evoluem.


Certamente na atualidade não é vantagem usar “torrent” para baixar um filme, correndo risco de baixar vírus e, às vezes, arquivos com áudio e vídeo péssimos, ocupando banda e espaço gigantesco em armazenamento. Porque não assistir via streaming, muito mais lógico, certo?


A importância do consumidor

Mas vamos além. Agora imagine a possibilidade de um “Personal Netflix”. Configurado conforme suas preferências pessoais de idade, gostos e outros e sem você ter que informar muitas coisas. Um sistema com inteligência artificial tal que passasse a lhe oferecer a programação pertinente às suas escolhas anteriores e dados pessoais? Como ocorre com o Spotify, que identifica suas preferências musicais. Não temos apenas uma batalha de preços. Mas de filosofia. O Netflix não está mais sozinho navegando num oceano azul de tranquilidade. Se não se atualizar, vai ser sacrificado, assim como aconteceu com a Blockbuster. Pode-se inclusive fazer um paralelo dessa informação afirmando que ocorrerá o mesmo com os provedores de Internet se não se atualizarem focados no consumidor.


E esse consumidor mudou em vários aspectos. Hoje está mais informado e não se deixa ser enganado facilmente. Tutoriais, grupos de discussão, sites de reclamações on-line, análise de produtos, entre outros informam os consumidores. Hoje o consumidor determina como será o produto e se vai ou não permanecer.


O consumidor está cada vez mais informado. Não se deixa ludibriar facilmente. A experiência do usuário é compartilhada exaustivamente em redes sociais. Ele tem a palavra e faz uso dela. E pode provocar grandes problemas com sua opinião. Ou então a divulgação espontânea de um bom produto, ou experiência. Isso se estende a diversas áreas e ramos em que os consumidores estejam inseridos.


Serviços de Internet

O consumidor, está determinando a escolha entre serviços de Internet de provedores menores. Cansou-se dos serviços prestados pelas grandes operadoras, oferecendo uma dezena de opções para amarrar o consumidor. Este se deu por conta que quer serviços diferenciados e pagar apenas pelo que usa. Mas que isso de fato seja o que realmente quer. E de qualidade. Aí se desenha a grande oportunidade para os provedores. E a medida que o tempo passa o mercado se fortifica e tende a se consolidar como podemos observar. Provedores vão se unir e prestar serviços mais específicos e dedicados aos seus consumidores.


O propósito não é vender uma penca de coisas, mas sim vender o que o consumidor realmente precisa. Mas com velocidade e qualidade. Esse consumidor quer um atendimento humanizado e não robotizado como o oferecido por operadoras. Quem quer ficar minutos e mais minutos intermináveis falando com uma máquina e esperando para ser atendido? Os consumidores estão determinando o caminho que o mercado deve tomar e não o contrário.



Autor: Fernando César Morellato

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