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Cibersegurança: O risco invisível que pode quebrar sua empresa em minutos

  • Foto do escritor: IPV7
    IPV7
  • 23 de mai.
  • 3 min de leitura

Mesmo com o avanço da digitalização, 80% das empresas brasileiras ainda ignoram a segurança cibernética como pilar estratégico — e seguem vulneráveis a ameaças que podem paralisar suas operações


Por Droander Martins, CEO da IPV7


Enquanto empresas dedicam tempo e recursos a estratégias de crescimento, expansão, inovação tecnológica e atração de talentos, um fator essencial segue negligenciado: a segurança cibernética. Basta uma brecha, um clique descuidado ou uma linha de código mal protegida para que anos de construção sejam comprometidos, muitas vezes, de forma irreversível.


Segundo dados recentes do VULTUS Cybersecurity Ecosystem, 80% das empresas de médio e grande porte no Brasil ainda não possuem um plano real de resposta a incidentes cibernéticos. Mais do que alarmantes, esses números escancaram uma realidade preocupante. A segurança digital continua sendo tratada como um custo e não como uma questão de continuidade operacional, reputação de marca e valor de mercado.


O estudo também mostra que 67% das companhias não têm processos estruturados de proteção, e 55% sequer adotaram monitoramento contínuo de ameaças. Ou seja, operam no escuro em um ambiente onde as ameaças se movem de forma rápida e sem aviso prévio.


A constatação é clara: não estamos falando de tecnologia, mas de mentalidade corporativa. Muitas empresas até afirmam ter um “plano de resposta”, mas o que existe, na maioria das vezes, é um documento guardado numa pasta que ninguém revisa, testa ou atualiza. E quando o caos bate à porta, a diferença entre o desastre e a recuperação é quem estava preparado para agir sob pressão.

 

A segurança digital como ativo estratégico

Setores com alta dependência de dados, na maioria dos casos, cresceram de olho no cliente e na escalabilidade, mas deixaram a segurança para depois. E é justamente essa negligência que os torna alvos preferenciais atualmente.


O erro comum é acreditar que mais firewalls, dashboards ou licenças são suficientes. Não são. O que falta é uma cultura de antecipação. Segurança cibernética precisa ser entendida como um ativo estratégico, com presença no planejamento executivo, orçamento recorrente e métricas de avaliação tão relevantes quanto qualquer indicador de performance financeira.


Nos últimos anos, é possível observar avanços regulatórios e boas iniciativas surgindo no Brasil, mas ainda há um abismo entre as áreas técnicas e os níveis decisórios das empresas. Enquanto esse abismo existir, mesmo os melhores softwares e talentos não serão suficientes.

 

Sorte não é estratégia

O modelo tradicional de defesa cibernética, baseado na reação a ataques, está ultrapassado. Um caminho mais eficaz e alinhado com as exigências do mercado e que está ganhando espaço no Brasil, é o Bug Bounty. Ao invés de esperar por um ataque, ele parte da premissa de que toda estrutura precisa ser colocada à prova: de forma contínua, ética e controlada.


Especialistas testam sistemas reais, sob condições reais, com o objetivo de encontrar vulnerabilidades antes que elas se tornem crises. É uma forma prática de trazer a inteligência ofensiva para dentro da estratégia de defesa, com agilidade, foco e resultado.

 

Sem segurança, não há confiança

A segurança digital precisa sair da retaguarda e ir para o centro da estratégia. Afinal, a única coisa capaz de quebrar uma empresa do dia para a noite não é concorrência, não é mercado, nem crise econômica, é um ataque mal respondido.


Segurança não é só proteção, é continuidade, reputação e valor de mercado. E valor se mede por três pilares: crescimento, rentabilidade e risco. Quanto maior o risco, menor o interesse. Nenhum investidor coloca dinheiro em uma empresa que pode sumir com um vazamento de dados. Nenhum cliente confia em quem não se protege. E nenhuma liderança séria pode tratar cibersegurança como um assunto secundário.



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