Gurus, mestres ou visionários?
Existem “gurus” de telecomunicações? Na era do Intangível é muito difícil conseguirmos “prever” o futuro. No entanto, é possível, analisando o mercado, verificarmos tendências. E, a partir dessas tendências, visualizamos condições de futuro. Institutos sérios como o instituto “Gartner”, por exemplo, fazem isso.
Guru segundo a Wikipedia “é um mestre no hinduísmo, budismo, e siquismo, que possui um profundo entendimento de alguma linha filosófica”.
Obviamente, respondendo à pergunta título, existem ótimos profissionais, considerados gurus pelo mercado. Por outro lado, existem os que se autointitulam gurus, e muitos desses nada colaboram com a qualidade do nosso trabalho. É mais provável que, em telecomunicações, tenhamos ótimos mestres e/ou visionários que sejam capazes de interpretar o caminho do futuro a partir do presente e passado.
Infelizmente em todo os mercados existem oportunistas, golpistas e palpiteiros. E temos visto uma profusão desses profissionais no mercado de provedores, uma vez que esse apresenta um crescimento considerável. Especialmente quando avaliamos grau de importância, evolução, valores envolvidos e valor estratégico.
Informações em quantidade! Mas e a confiabilidade?
O mercado os provedores (ISPs) tem evoluído progressivamente de modo a obter conhecimento, tanto nas áreas técnica como de negócios. E esse processo não é recente. Desse modo, basta verificarmos a quantidade de público alcançada e o número de feiras e congressos de provedores realizados nos últimos 5 anos. Ainda temos diferentes publicações digitais, como mídias sociais, blogs, sites, grupos e outros. Isso é muito bom e benéfico para troca de informações.
No entanto, nesse momento é que surge um terreno fértil para vigaristas e palpiteiros. Imagine que você está em um site de medicina buscando informações sobre um determinado tema de saúde. Que confiabilidade você daria ao material desse site se soubesse que é escrito ou gerido por pessoas que nunca trabalharam como médicos ou profissionais da área? Acreditaria nas informações ali contidas?
Assim, temos no nosso mercado as pessoas que intencionalmente (golpistas) ou palpiteiros (despreparadas) abordam dos mais diversos assuntos. Alguns praticam a política do terror assustando o mercado para vender seu “peixe”. Outros disseminam informações falsas. Que intencionalmente ou não acabam confundindo. Lembre-se que uma mentira dita várias vezes, acaba se tornando uma falsa “verdade”. Em contrapartida, depois de espalhada fica muito difícil conter, explicar e corrigir. Existem muitas informações disponíveis, mas a qualidade delas é duvidosa.
Claro que, obviamente, temos diversas pessoas capacitadas a fornecer serviços e conhecimentos de qualidade na nossa área de trabalho. Alguns chamam de gurus, outros de mestres. Mas a tendência é que a maioria do mercado de “provedores de baixo custo” opte por “gambiarras” e profissionais “duvidosos” devido aos preços. Cabendo aos bons profissionais consertar erros e disseminar conteúdos para corrigir inverdades. Perdemos todos com esse mercado paralelo, inclusive os que prestam bons serviços.
Projetos baratos
Agora focando a questão de projetos de redes ópticas, temos “centenas” de projetistas. Quantos dele, de fato, estão capacitados a realizar o trabalho? Neste momento é que vemos informações incorretas sendo usadas como referência. Assim, não é incomum vermos clientes que realizaram projetos “baratos” e se arrependeram depois. Mas, devido à grande quantidade de problemas posteriores, os custos para sua correção são imensos.
Já li (e leio) tremendas “besteiras técnicas” sendo propagadas em grupos de redes sociais. Desconsidere erros de digitação. Afinal são passíveis de ocorrer com todos. Muitos palpiteiros (ou mal-intencionados) querendo vender serviços cometem atrocidades técnicas falando coisas que não são verdadeiras. Que vão contra normas técnicas e outras boas práticas.
Redes sociais são muito bem-vindas como disse, mas tome cuidado com promessas milagrosas. É conveniente que avalie possibilidades, preços e principalmente referências antes de tomar uma decisão de compra de serviço ou ideia.
Autor: Fernando César Morellato