Primeiramente, vamos iniciar uma nova modalidade de post abordando a física das coisas, e neste artigo vamos falar de erros relativos a unidades de medida. Esses erros são tão repetidos que acabam confundindo e sendo adotados como verdade. Temos muitos exemplos disso na física.
Peso ou massa?
Podemos citar a diferença entre peso e massa. Peso refere-se a força exercida sobre um corpo em função da atração gravitacional da Terra. Assim, desta maneira o peso de um corpo dependerá fundamentalmente da força gravitacional. Por exemplo, o peso de um corpo na Terra será maior que na Lua, e menor que no planeta Júpiter. Já a massa mede a quantidade de matéria de um corpo e não se altera em função da força gravitacional. Por isso o correto seria dizer “vou subir na balança para verificar minha massa”. Mas, na verdade, dizemos que vamos nos pesar.
dBm
Outra questão é referente ao termo dBm, que expressa o decibel miliwatt. Mas o que o diferenciaria do dbmV (decibel milivolt) se não fosse o V? O mais correto seria que o termo dBm fosse escrito de fato dBmW. Uma vez que se refere ao miliwatt. Entretanto, costumou-se suprimir o W da representação e chamá-lo apenas de dBm. Sim, entende-se isso, mas fisicamente o dBm (como escrito) não referência a unidade watt. Assim, didaticamente e academicamente seria mais interessante usar o termo dBmW.
Voltagem ou tensão elétrica?
Outra questão é a popularização do termo “voltagem”. Que seria representa uma medida em Volts. De lambuja seguem a “amperagem”, “metragem” e outras. Se fosse correto isso, poderíamos colocar o termo “gem” ao final de todas as unidades de medida. Por exemplo: “polegadagem” ou “ohmagem”. É claro que alguns termos se popularizaram e incorporaram ao dicionário. Mas tecnicamente não é recomendado seu uso.
Deste modo temos a tensão elétrica medida em volts. Embora seja usual o termo voltagem e incorporado ao dia-a-dia. O termo voltagem aportuguesado nasceu do termo em inglês, onde tensão elétrica é chamada de “voltage”. Logo aportuguesado para Voltagem.
Assim melhor seria dizer, medida de corrente elétrica e não “amperagem”, medida de distância em metros e não “metragem”, só para citar alguns exemplos.
Maiúsculos ou minúsculos nas unidades?
Outra questão diz respeito ao uso de unidades com maiúsculas e minúsculas em unidades de medida. As unidades que se originaram no nome de um cientista que tenha estudado um determinado fenômeno devem ser maiúsculas, por exemplo: volt (V) – cientista Alessandro Volta, ampère (A) – cientista Jean-Jacques Ampère, watt (W) – cientista James Watt. Ainda temos o Newton (N – newton), Faraday (F – farad) e outros tantos.
A nomenclatura de algumas unidades de medida, por padrão, foram definidas em maiúsculo para não gerar confusão com outras que empregam a mesma letra. A maioria que não é oriunda de nomes de cientistas usa as letras em minúsculo.
Gigas ou gigabit por segundo?
E, especialmente em telecomunicações, temos os famigerados “kilos”, “megas” e “gigas”. Esses termos são apelidos. Usa-se a expressão um “kilo” de carne, por exemplo, onde o correto seria dizer kilograma de carne. Assim, os termos corretos em telecomunicações seriam o gigabit ou gigabyte, por exemplo, e não “gigas”. Até porque esse termo “gigas” não define se é gigabits ou gigabytes, ou gigahertz, gigavolts, etc. E pior deveria se dizer gigabits por segundo, ou megabits por segundo, porque normalmente possui a função de expressar velocidade. E a velocidade deve ser medida por segundo.
Lembrando que B (maiúsculo) significa bytes, enquanto b (minúsculo) significa bits. A unidade de medida de tráfego digital de dados (velocidade) é o bps (bit por segundo). Enquanto a medida de capacidade de armazenamento dados é o byte (ou seu múltiplos, como o kilobyte, megabyte, gigabyte, etc). Muitas pessoas, inclusive com conhecimento técnico, trocam essa unidade de medida. Lembre que um byte é formado por 8 bits, portanto para conversão de bytes para bits basta multiplicar por oito.
Se desejar mais referências sobre unidades de medida consulte os links:
http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC002050.pdf http://www.inmetro.gov.br/inovacao/publicacoes/si_versao_final.pdf.
Autor: Fernando César Morellato