top of page

CAPEX versus OPEX

Foto do escritor: IPV7IPV7

Neste artigo vamos traçar um paralelo do CAPEX versus OPEX em redes de dados. O CAPEX (CAPital EXpenditure) em português é conhecido como despesas de capital. Este termo em inglês define gastos operacionais. É toda e qualquer despesa de capital ou investimento em bens de capital em uma empresa. Representa todo o montante financeiro gasto na aquisição (ou introdução de melhorias) de um determinado bem. O termo em inglês OPEX (OPerational EXpenditure) em português significa despesas operacionais. Refere-se ao custo associado à manutenção com pessoal, infraestrutura, equipamentos e gastos de consumíveis e outras despesas operacionais, necessárias à produção e à manutenção do funcionamento de um determinado negócio ou sistema.


O que é e o que significa na prática:

Em uma rede óptica, por exemplo, representa os gastos realizados para a construção física desta rede. Incluindo os equipamentos, acessórios, materiais, despesas com projetos, licenças, mão de obra, etc. Em redes ópticas estes gastos inicialmente costumam ser um pouco maiores que outros tipos de estruturas de atendimento. Entretanto, como são de longo prazo, em torno de 30 anos, seu custo será diluído ao longo deste tempo. Considerando os valores recebidos posteriormente a sua concepção, teremos o ROI proporcional (retorno do investimento).


Por exemplo: o CAPEX na compra de um determinado veículo, seja ele novo ou usado, representará o custo para sua aquisição. Já o OPEX representará os gastos para mantê-lo. Entre os gastos teremos o combustível (se é econômico ou não); com peças consumíveis (filtros, pneus, óleo, etc.); com licenciamento e impostos; custos com manutenções realizadas, etc.


Em relação ao CAPEX versus OPEX, observe que o CAPEX de um carro novo é maior, mas seu OPEX projetado para 2 anos é menor. Essa situação se inverte em caso da aquisição de um automóvel usado, por exemplo. E será tão pior quanto for o ano do veículo.


Uma rede de assinante pode ser construída de diferentes modos. Mas uma coisa que deve ser considerada são os gastos para sua concepção e para sua posterior manutenção operacional.


Em projetos de longo prazo, como os de redes ópticas é importante que os gastos operacionais sejam progressivamente menores. É importante validar uma rede óptica de modo a não haja custos significativos de mão de obra ou com insumos e manutenções recorrentes. Ela deve ser feita de modo a ampliar o número de clientes.


Em Redes Ópticas:

Em redes em que o CAPEX costuma ser menor, temos certamente uma elevação dos gastos com o OPEX dessa estrutura. Para redes ópticas essa lógica se inverte, em geral, os gastos com o investimento inicial costumam ser um pouco maiores. Mas com o passar do tempo esse valor é diluído ao longo de trinta anos. Assim, corresponde a expectativa mínima dessa rede, quando corretamente projetada. Devemos ter uma maior equipe de técnicos focados em instalação e uma pequena equipe para manutenção. E não o contrário, como sabidamente ocorre em outras modalidades de redes.


Um projeto que não tenha sido corretamente planejado e pensado pode ter um CAPEX mais baixo. Mas no pós-projeto, no dia-a-dia quando o sistema se tornar operacional e exigir manutenção, gestão ou mesmo expansão poderá haver gastos muito elevados com OPEX, talvez inviabilizando todo o conjunto.


Por isso, é importante definimos todas as questões de quantitativos e valores de uma forma geral e abrangente. O que aqui vamos relatar é baseado em anos de consultorias realizadas. O que temos observado é que muitos clientes, motivados unicamente por questões econômicas, optam por projetos que não atendem suas necessidades atuais ou futuras (embora nem saibam disso inicialmente, ou então prefiram ignorar). Ou pior, optam por situações, circunstâncias ou mesmo profissionais nem sempre qualificados a realizar um trabalho que lhes orientam incorretamente. Especialmente para realização de um projeto. E como vimos o projeto é balizador para todas outras ações. Afinal, é por meio dele que se define como a estrutura estará configurada. Isso agora ou em um futuro.


O início do problema entre CAPEX versus OPEX:

Muitos clientes desconsideram informações relevantes (ou preferem ignorá-las). Crentes que estão corretos nas decisões tomadas. Mesmo que consultores lhe orientem que não façam de uma forma ou outra. Muitos escolhem a realização de projetos observando unicamente a condição preço.


E como sabemos o barato costuma sair caro em uma boa parte das vezes. Mas o pior não é isso. É o fato de tomarem a decisão de considerar a “informação” de pseudo consultores. Que não possuem expertise na área. Caíram de paraquedas e objetivam unicamente dinheiro. Fazem simplesmente tudo o que o cliente quer, visando economia. Ou escolhem produtos, condições que não estão de acordo com as normas técnicas.


E deste modo se criam as famosas redes “Frankstein” ou “provisórias” definitivas (exigindo reprojeto no futuro). Sabemos que em uma rede óptica não é unicamente “funciona ou não funciona”. Ela pode apresentar instabilidades e mau funcionamento se construída indevidamente. Além disso, temos a questão da rede não se encontrar preparada para o futuro. Não dimensionadas para receberem equipamentos de maior velocidade, como o 10EPON ou XGSPON, por exemplo.


Associado a tudo isso temos a questão do valuation dessa empresa, que estará seriamente comprometido. Temos observado a necessidade constante de correções em redes construídas indevidamente. Ou então, pensando em evoluir em um futuro breve questões de velocidade. Que anteriormente foram ignoradas.


Solução:

Para que problemas de rede possam ser solucionados, visando correção de instabilidades, falhas e aumento de valuation, ou então que se deixe esta rede pronta para as condições futuras, é necessário um trabalho de reprojeto.


Obviamente a questão de o projeto estar correto deveria ter sido efetivada anteriormente. E é claro que o ideal seria que esse projeto inicialmente já tivesse sido idealizado pensando em condições futuras. E como foi dito, isso normalmente não ocorre. Se toma por base muitas vezes apenas questões econômicas. Às vezes, até na escolha de quem realizará o projeto, que desconhece ou ignora o correto a fazer.


Um processo de reprojeto é a avaliação realizada na estrutura física existente atualmente, e, a partir dela, desenvolver soluções, minimizando os impactos estruturais e financeiros para sua adequação a nova realidade.


Autor: Prof. Fernando César Morellato

bottom of page