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Autodidatas inovadores ou formação acadêmica?

Foto do escritor: Eduarda ScheerEduarda Scheer

Autodidatas inovadores ou formação acadêmica? Certamente, no mercado de tecnologia, em especial de provedores de Internet, temos a presença de muitas pessoas inovadoras e autodidatas. Muitos donos de provedores, mesmo não sendo técnicos, construíram suas redes baseados em conhecimentos difundidos entre colegas de profissão.


Muitas redes ópticas foram construídas sob essa premissa. Entretanto, em nível pessoal, observando muitas das ações que eu fiz no passado, se fossem realizadas na atualidade eu faria de modo diferente (ou nem faria) baseado nos conhecimentos adquiridos.


Formação acadêmica desnecessária?

Quando mais jovem, acreditava que o conhecimento em nível acadêmico era irrelevante. Penso que isso não seja apenas um privilégio meu. Afinal, quem já não disse: “para que estudar?”, ou, “para que vou usar isso”? Mas, mais tarde, esse conceito é justamente retomado em algo que se deseje fazer, ou que se use na prática. A medida que fui adquirindo conhecimentos com o passar do tempo passei a perceber a importância destes, ainda mais os adquiridos em nível acadêmico, seja presencial ou na modalidade EAD.


Meu Depoimento Pessoal

Ao aprender o teorema de Pitágoras me perguntei onde usaria esse conhecimento. Posso citar meu exemplo pessoal, de quando iniciei minhas experiências com eletricidade e eletrônica. Ao começar meus estudos para realizar a correção do “Fator de Potência” lá estava o citado teorema e o famoso triângulo retângulo. Dessa forma, para entender as relações entre as potências real, aparente e reativa esse conhecimento é fundamental.


Outro exemplo, diz respeito a compreensão de questões relativas ao decibel na nossa área de telecomunicações. Nele, temos que entender o logaritimo e a exponenciação para compreendermos claramente suas definições. Assim, em vários outros momentos percebi a importância da amplidão de conhecimentos.


Numa escola, oficialmente a proposta é termos um ambiente onde se abordem desde informações de embasamento e também processos de pesquisa que nos revelem condições futuras. Troca de informações entre pessoas e um ambiente propício à pesquisa e desenvolvimento.


A medida que fui aprendendo e adquirindo conhecimento, percebi que o pouco que conhecia, achava muito. Parafraseio Sócrates (o filósofo, não o jogador), que disse: “Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa”. Embora haja divergências entre alguns estudiosos, que contestam que Sócrates tenha dito essa frase desta maneira. Ainda assim, ela é muito apropriada para exemplificar o tema desse post. Mais tarde, quando passei a lecionar pude ver a importância do conhecimento acadêmico. Se tivesse o conhecimento que hoje tenho, concluo que teria conseguido resultados com muito mais brevidade e facilidade.


Propagação de “enganos” em mídias sociais

Observando depoimentos abordados, especialmente em redes sociais, vemos muitas “verdades” que não passam de meros depoimentos pessoais. Assim, é comum que sejam ditas muitas “inverdades” por puro desconhecimento.


De tal forma que me questiono: será que esses donos de provedores na atualidade fariam novamente suas redes baseados apenas em conhecimentos informais? Esses mesmos donos de provedores cansam de contratar professores e instrutores para disseminar conceitos corretos entre seus colaboradores. E valorizam o conhecimento. Porque sabem como ele fez falta.


Imagine agora se essa rede fosse construída com os conhecimentos adquiridos formalmente. Será que não teriam sido poupados muitas dores de cabeça e momentos sem dormir? Será que essa rede não seria muito mais preparada para o futuro? Assim, a resposta para essa pergunta pode ser dita pelas buscas por conhecimentos para corrigir erros e problemas presentes em redes.


Sabemos que alguns podem citar Steve Jobs e Bill Gates alegando que nunca concluíram o curso superior. Mas será que sem estudo (que tinham) eles teriam desenvolvido as coisas que fizeram? Acredito que curso superior não seja sinônimo de riqueza. Inclusive temos muitos exemplos de donos de provedores que se encaixam nesse perfil. Mas certamente auxilia na tomada de decisões acertadas. Que Steve Jobs teria feito se tivesse se formado?


O próprio Steve Jobs cita em entrevistas que se não fossem os conhecimentos que obteve quando fez um curso de tipografia ainda quando estava na faculdade não teria tido a ideia e o entendimento para desenvolver editores de texto e sistema operacional com textos de alta qualidade.


Apenas experiência basta?

Isso de certa forma tem propagado o conceito de ser desnecessário formação, bastando apenas ser empreendedor e inovador. Essa informalidade é quase uma regra, em provedores. Isso validaria a ideia de um médico com experiência da apenas vida sem formação em escola? Claro que não! Você confiaria uma cirurgia cardíaca com um “médico” sem diploma? A experiência é fundamental, mas não apenas isso. Lembre-se conhecimento com qualidade é fundamental.


Para finalizar e responder à pergunta título: “Autodidatas inovadores ou formação acadêmica?”, podemos dizer que nem apenas um, nem apenas outro. Mas sim, devemos entender a importância da experiência e da troca delas. Mas sem aquela propagação absurda de coisas erradas. Além disso, uma formação para os profissionais que os dê visão, amplitude e discernimento de optar por boas escolhas. Sabedoria é saber que sempre há coisas para saber, aprender e melhorar. Para saber mais sobre o ensino sugiro o vídeo: seja um fracassado, por Gustavo Reis.



Autor: Fernando César Morellato

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